O Simpósio

O tema escolhido pelo Simpósio Sobre Religião e Cultura – 2009 aborda a relação que se estabelece entre Religião, Cultura e Sexualidade humana e suas conseqüências em nossa sociedade além de questionar o papel das religiões, sobretudo, Igrejas Cristãs e Comunidades de Fé como agente transformador dessa realidade.

O preconceito sofrido pelas pessoas por seu sexo, ou por sua orientação de gênero não está apenas no âmbito ideológico, elas trazem no corpo e na alma as conseqüências da violência praticada contra elas. Segundo informações divulgada na página do Centro de Referência da Mulher Loreta Valadares(Salvador-Ba), no Brasil, 70% dos crimes contra mulheres acontecem no âmbito doméstico e os agressores são os maridos ou companheiros.

No nosso país, a cada minuto, quatro mulheres são espancadas por um homem com quem mantém, ou manteve, uma relação afetiva. Ou seja, no Brasil, a cada 15 segundos uma mulher sofre violência doméstica ou familiar.

Mas, não apenas as mulheres são vítimas da discriminação sexual, os homossexuais têm constantemente sofrido violências por sua orientação de gênero. De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, ong mais antiga da América latina na defesa dos direitos humanos dos homossexuais, de 1980 a 2008 foram documentados 2.998 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, concentrando-se 18% na década de 80, 45% nos anos 90 e 35% (1168 casos) a partir de 2000.

Um estudo recente do GGB revelou que 122 homossexuais foram assassinados em 2007 no Brasil, o que significa um crime para cada três dias. Este número deixa claro que houve um aumento de 30% em comparação a 2006. Já em 2008 foram 187 gays mortos. O maior índice de assassinatos está concentrado no nordeste Pernambuco e Bahia, seguido do Rio de Janeiro e Sergipe.

Entendemos que a Reflexão do tema “Religião, Cultura e Sexualidade” foi suscitado porque as conseqüências do preconceito sexual que envolve principalmente mulheres e homossexuais no Brasil não nos permite mais ignorá-los. Assim, acreditamos que o silêncio das Igrejas Cristãs, quando não são seus discursos bem como, de outras comunidades de fé tem contribuído para o fomento e manutenção da discriminação em nosso país.

5 comentários:

Unknown disse...

Fico muito feliz com este evento ai em Salvador. A questão da violência contra a mulher e a homofobia precisam sair do armário e ser debatida e combatida de frente. Deus abençoe vcs e sucesso. Não deixem de divulgar o resultado do seminário e também construírem um documento pois trata-se de um ato histórico.

Unknown disse...

Parabéns pelo evento ao qual quero participar.
Gostaria de fazer algumas observações quanto ao texto.
É importante fazer a diferenciação entre orientação sexual - que poderiamos falar em heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade - e identidade de gênero - masculino e feminino. Quando falamos em travestis e transgêneros estamos nos referindo mais a uma questão de identidade de gênero do que de orientação sexual. Mesmo porque, muitos transgêneros se sente heterossexuais, mudam de sexo jurídico, hormonal e genital para que se adeque ao seu sexo psiquico. Diferente acontece com os travestis que são homossexuais que "brincam" com a questão de gênero.
Assim, creio que o termo orientação de gênero não é o mais adequado e o desconheço na literatura.
Um grande abraço
Josélio Silva
joseliosilva@yahoo.com.br

Afa Neto disse...

Conheço os simpósios promovidos pela PABP e atesto a profundidade com que os temas sao abordados.
A proposta temática para este ano não poderia ser mais oportuna. Sem adesões fáceis nem preconceitos latentes e patentes, o espaço deve promover uma excelente oportunidade para ser confrontado com idéias diversas.
Estarei lá.
www.afaneto.blogspot.com

Unknown disse...

Rev. Bruno e Profa. Ms. Bianca Baébs, acredito, não serem outros os autores de tão importante evento que traz um tema mui oportuno. Quero estar presente ao simpósio, e acredito não apenas que seja um esforço que venha coibir o uso da violência e a discriminação contra as mulheres e os homossexuais, mas que, antes de tudo, traga uma conscientização quanto aos direitos e a individualidade de cada gênero, sem esquecer também dos seus deveres e obrigações como cidadãos.
Gosto do tema, mas temo quando tenho que abordar a questão da emancipação feminina e a homossexualidade. Às vezes, parece-me que qualquer comentário que busque assoalhar as coisas um pouco diferentes da forma como elas são expostas e impostas em defesa das classes, ressoe como discriminação e preconceito. Amo as mulheres e valorizo suas conquistas, mas levo muito em consideração seus limites determinados pela própria natureza que, se não respeitados, contribuem também na formação do cenário de violência que se agiganta sobre elas. Busco entender e aceitar os homossexuais como cidadãos iguais a todos os demais, mas essa ótica parece não pertencer a uma boa parte desse mesmo gênero quando visto deles em relação aos heterossexuais. É como querer encarar que todos os homens e mulheres pudessem também ser homossexuais da mesma forma que eles são. Tamanha criminalidade tem suas origens não apenas no preconceito, mas também na ideologia. Homossexualismo é uma exceção e não uma regra.

Que mudem minha forma de pensar para melhor e não me descriminem.

Até lá!

Anônimo disse...

Só espero que, falando em nome de Deus, não contrariem o que Jesus falou em Rm 1, 24-28 : "Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém! Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno.”